sábado , 23 novembro 2024
Acesse já

Exposição no Rio de Janeiro alerta para o tráfico de pessoas.

Uma grande caixa de presente foi colocada no meio do Terminal Alvorada do BRT, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. Mas dentro, no lugar de uma agradável surpresa, a população se depara com imagens e relatos de vítimas de exploração sexual, trabalho escravo, servidão doméstica, adoção ilegal de crianças e tráfico de órgãos. Todas situações de tráfico de pessoas.

O objetivo da exposição, chamada de GIFTBox, é conscientizar e mobilizar a população sobre o tráfico de pessoas, passando a sensação de ser seduzida por uma boa proposta, como um presente, e depois ser enganada com uma situação criminosa. O projeto GIFTBox foi lançado em 2013 pela ONG inglesa Stop the Traffik e, no Rio de Janeiro, já passou pelo Aeroporto Rio Galeão, Central do Brasil, o Teleférico do Complexo do Alemão e na Cinelândia.

A caixa fica exposta no Terminal Alvorada até sexta-feira (28) e faz parte da Semana de Mobilização Coração Azul, uma campanha internacional para lembrar o Dia Internacional de Combate ao Tráfico de Pessoas, celebrado em 30 de julho. A assessora de Políticas Públicas da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Politicas para Mulheres e Idosos (SEDHMI), Sávia Cordeiro, explica que o crime de tráfico de pessoas é subnotificado, por isso é importante fazer ações de conscientização para a população.

“Existe uma grande parcela [da população] que pensa que tráfico não existe, que acha que existe em outro país, mas não no Rio de Janeiro. A gente percebe que existe um aumento de denúncias logo depois que a gente começa a fazer as ações de conscientização contra o tráfico”, disse Sávia Cordeiro.

De acordo com ela, o Rio de Janeiro tem um perfil diferenciado dos outros estados, com mais casos de tráfico de pessoas para o trabalho escravo. “Tem dois perfis, um de tráfico interno, normalmente a vítima é um migrante do Nordeste, e tem o tráfico internacional, de migrantes estrangeiros encontrados em situação de trabalho escravo, como os chineses. Já recebemos migrantes equatorianos, estamos acompanhando o caso das meninas paraguaias e temos também uma preocupação maior com os refugiados, que já estão em situação de vulnerabilidade, então podem se colocar em situação de risco”.

A procuradora do Ministério Público do Trabalho Juliane Mombelli disse que a situação de tráfico humano geralmente envolve promessa de trabalho que acaba em uma situação análoga à escravidão. “A gente verifica que as pessoas buscam mudar de país, de local de moradia, em busca de melhores condições de vida. E as melhores condições de vida vem com o trabalho, então há uma ligação direta entre o tráfico de pessoas e o trabalho escravo”.

Ela destaca que as ações de visibilidade da causa, como a GIFTBox, ajudam a aumentar as denúncias. “A gente identifica que nas duas, três semanas seguintes ao lançamento da caixa, o número de denúncias aumenta sensivelmente, porque as pessoas percebem, pensam no assunto, e lembram de denunciar, relacionam com algum caso que conheçam”.

Agenda

Como parte da Semana do Coração Azul, a SEDHMI promoverá também um movimento de sensibilização junto à Guarda Municipal, na quarta-feira (26), em parceria com o Comitê Social Coração Azul; na quinta-feira (27) haverá uma roda de conversa da secretária na Casa Nem, sobre imigração e tráfico de pessoas entre trabalhadoras sexuais, travestis e pessoas trans; na sexta-feira (28) ocorre um seminário na Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj) com especialistas; de 25 a 31 de julho, o Metrô Rio vai expor cartazes de prevenção ao tráfico de pessoas; e no domingo (30), pontos turísticos serão iluminados na cor azul para marcar o Dia Internacional de Combate ao Tráfico de Pessoas. Já foram confirmados o Museu do Amanhã, o Museu de Arte do Rio, a Emerj, o Tribunal de Justiça, o Palácio Guanabara e a Catedral Metropolitana.

…………………

Fonte: IstoÉ

Comentários

comentários

Sobre Tabuleiro Carioca

Administrador do site Tabuleiro Carioca.

Verifique também

Urubu vira atração no bairro da urca, na zona sul do Rio.

Um urubu, chamado Chico, virou morador ilustre no bairro da urca, zona sul do Rio. …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *