Surgido nas comemorações de 450 anos do Rio, em 2015, o grupo Corsário Carioca resgata a história da cidade de um modo divertido. Composto por atores, historiadores, professores, escritores, cartógrafos, oceanógrafos, biólogos e guarda vidas, ele funciona como um teatro flutuante, revivendo cenas do passado em meio à Baía de Guanabara.
No mar, em terra firme ou em lugares históricos como a Fortaleza de São João, local de fundação do Rio de Janeiro, o grupo interpreta personagens históricos, como Vasco da Gama, Estácio de Sá, Nicolas Durand de Villegagnon, padre José de Anchieta, cacique Araribóia, e os corsários franceses Jean François Du Clerc e René Duguay Trouin. A proposta é, em cada passeio, oferecer educação, cultura, conhecimento, cidadania e inclusão, os alicerces do projeto, explica Marcelo Senra, diretor e idealizador da iniciativa. O próximo embarque será no dia 3 de março. O barco sai a cada 15 dias. Mas, em abril, a expectativa é realizar o teatro flutuante semanalmente.
— As pessoas não têm noção da nossa história. Em 2014, entrei no Forte de São João, falei com o coronel da reserva e propus fazer a encenação do desembarque de Estácio de Sá no aniversário dos 450 anos do Rio. Ele topou e foi um sucesso. Daí veio a ideia de transformar isso em algo permanente — diz Senra.
A espinha dorsal do Corsário Carioca são as grandes navegações e descobrimentos dos séculos XV e XVI ao Rio de hoje, tudo isso contado a bordo de uma escuna com capacidade para 120 pessoas, decorada com o tema Corsários e Piratas.
O trajeto dura duas horas e meia e leva crianças e adultos, sem idade mínima ou máxima para a participação, por um passeio que sai da Marina da Glória e vai até Niterói, passando por Flamengo, Botafogo, Urca, Forte de São João, Fortaleza de Santa Cruz. Dá direito ainda a banho de mar em Jurujuba, dependendo das condições da água no dia. Na volta, a embarcação passa pelo Museu do Amanhã, Ilha Fiscal e pelo Aeroporto Santos Dumont, até voltar à Marina.
Além das histórias, são oferecidas três oficinas: “O mundo encantado das especiarias”, em que são apresentados os motivos pelos quais os navegadores cruzavam os mares; “Cartografia e marinhada”, na qual ferramentas de navegação como bússola e astrolábio são usados; e “Baía de Guanabara, o santuário ecológico”, sobre a história e biodiversidade do local onde tudo começou.
— Sonho em ter um patrocínio para poder oferecer este passeio a alunos da rede pública de ensino — diz Senra.
Mais informações em ocorsariocarioca@gmail.com
Ingresso: R$ 60 mais um quilo de alimento não perecível.
Fonte: O Globo